O que podemos aprender com as start-ups em relação ao sucesso em escalar modelos? Considerando que start-ups assim como os projetos têm nativo o comportamento temporário, seria o foco em resolver uma “dor”, ou criar um MVP – Minimum Viable Product, ou aprender com a experiência do usuário para validar/incrementar features do produto/serviço, ou ainda ter uma elevada resiliência às issues, e assim chegar ao ciclo ‘consolidar e escalar’ o modelo de negócio. Considerando o inovado mercado atual e suas disrupturas tecnológicas, talvez a melhor inferência seja entender que a competência certa no momento certo faz diferença, porquOse instigará atitudes proativas na equipe para superar seus desafios no projeto. Tudo isso associado ao design management como abordagem para modelar os ciclos do projeto, estruturando o comportamento organizacional baseado em sua visibilidade sobre as especificidades do produto/serviço, contexto, estrutura organizacional (equipe) e o design de processos (governança). Ou seja, avançar com o projeto focado na visibilidade das entregas. Inspirar-se no model-based approach pode ser um caminho muito útil para endereçar todas essas diretivas observadas anteriormente. Explico: ao estabelecer um consenso e o engajamento do time para o próximo ciclo do projeto, está se criando um framework comum de trabalho com foco em alcançar um objetivo em que todos enxergam e decidiram juntos o caminho a percorrer, a melhor opção naquele momento sob essa determinada conjuntura mapeada pelos especialistas. Ou seja, um design baseado em modelo, que melhor responde àquela circunstância do projeto, e modele um sistema de trabalho consistente, assim permitindo simular antes de executar, fortalecer o design do processo, e então chegar a modelos que podem ser escalados. Todo esse novo movimento de adaptação na gestão reforça a dificuldade em sustentar o termo best-practice, justamente por dar abertura para a indagação: best-practice para quem? Talvez as melhores práticas e seus standards tenham mais valor para o objetivo de acelerar a implementação de processos em ambientes sem essa cultura, especialmente por apontar referências e exemplos de maturidade que evitam levar empresas iniciantes a erros conhecidos, mas a padronização não deveria ser vista como uma solução definitiva, porque limita a versatilidade da empresa e, em algumas circunstâncias, a impede de moldar-se para ter mais eficiência naquilo que se propõe a fazer, visto que para tal precisaria passar por um design de projeto, design de processo, design organizacional e de produto/serviço para que realmente use seus recursos da forma mais adequada para aquele objetivo específico, minimizando suas limitações e, acima de tudo, contextualizando suas ações sobre a realidade que a circunda, buscando o foco de gestão sobre aquilo que realmente importa. Isso justifica o crescente sucesso do design management acoplado a outras abordagens de gestão – Project Management, incorporando nativamente na abordagem os modelos de colaboração, a busca pela flexibilidade em gestão e na estrutura organizacional. Senão, analogamente, poderí-amos conjecturar que seria certo afirmar que “por ser uma pessoa todas têm que agir igual”, o que seria uma ilusão. Enfim, são movimentos que visam a trazer uma inovação prática e necessária, aplicada à realidade de cada projeto organizacional, com foco no problema e objetivo no resultado, chegando a abordagens como Design Leadership, que explora de modo muito proativo o potencial da organização em inovação e cocriação, entendendo muito bem a ‘persona’ dos seus produtos/ serviços e assim perpetuando sua atratividade no mercado. Ou ainda estar apto para remodelar-se para o impacto de tecnologias emergentes como blockchain.

Data de publicação: 03 de abril de 2017
Créditos da Notícia: Osmar Zózimo de Souza Junior